Festa na praia

Party

Ela estava bebendo?! Péssimo pai, não notei nem isso! Rapidamente tirei o copo da mão dela e bebi tudo, voltei a prestar atenção na pergunta estúpida de minha filha.
- Gay? - soltei uma risada - de maneira alguma, digamos que sou apenas, diferente.  

Zeus like Paul :

Okay

-Ah, okay-disse com uma certa raiva de ter pedido minha bebida, me levantei e fui até a mesa para pegar outro como de Whisky.

-Se você fizer aquilo novamente eu te mato garoto.-disse e então tomei um gole da bebida.

-Qual sua idade?

Party

Dei de ombros, se ela queria beber que bebesse, minutos depois senti mais uma presença. Hades. O que ele queria aqui?! Festa na certa, Por Zeus, isso é mais que óbvio. Foquei em Kira, queria conhecer meus filhos melhor.
- Ahn, 19, um pouquinho velho, talvez. E a julgar pela sua cara você tem 17 e não pode estar bebendo mocinha.

Zeus like Paul :

O chalé apinhado de Hermes era detestável ao campista solitário, que jazia na entrada do mesmo com um cigarro clandestino em seus lábios. A notícia sobre a festa espalhou-se como um vírus no Acampamento Meio Sangue, para as boas vindas dos novos campistas, que era o caso do garoto de cabelos negros e olhos claros. O tabaco recordou das noites perdidas em bebidas e drogas ilícitas na companhia de uma jovem gangue nas ruas de Nova Iorque. James lembrava-se de sua fase solitária de rebeldia quando mais jovem, assim que se entregou aos prazeres viciosos em sua puberdade. Tal festa estaria fora de cogitação à ausência do álcool, pelo que sabia, haveria uma quantidade abundante e diversificada. O fato fez-lhe um sorriso domar os seus lábios que se pressionavam em uma linha reta sobre o cigarro.

James esperou pacientemente pela ausência da quantidade exorbitante de campistas no chalé de Hermes, que além de habitar os filhos do deus, há também a presença de indefinidos, tais aqueles que não foram reclamados pelo deus divinos, do qual tem ligação parentesco. O campista costuma passar horas da noite admirando-a através da janela do próprio chalé, fascinado pelos traços das luas e o brilho das estrelas, recordando-se da sua vida no mundo mortal. E como sentia falta o semi-deus, de sua liberdade ilimitada e da capacidade em suas escolhas. Agora, era atormentado por um centauro e uma pensa de campistas dos quais é obrigado a conviver. Ainda sim, a vingança continuava acessa, queimando ardentemente dentro de si.

Vestes escuras, acompanhada de sua jaqueta de couro e coturno, James deixou o chalé de Hermes com demasiada satisfação. Levando com sigo um maço de cigarros, tragou até chegar ao local da aclamada festa. Ao céu aberto e acompanhado de uma decoração medíocre, a festa fazia jus com a presença das bebidas e a própria comida. O garoto de cabelos escudos não fez cerimonia, seguiu para a mesa de bebidas e apossou-se de uma garrafa de vodca, bebendo-a pelo gargalo, atraiu alguns olhares curiosos dos campistas que ali jaziam. James piscou e recostou-se próximo a uma lacuna de mármore, afastando-se dos olhares curiosos. Este então sorriu um sorriso debochado distante da própria felicidade. Ele não a conhecia, mas precisava do efeito que a bebida lhe causava. Uma forma de escapar da sua realidade. — Tolice. — murmurou para si mesmo, entregando-se a bebida.

the witch of stars

Acinzentada, a fumaça com odor puramente feito de tabaco fundia-se com os outros gases atmosféricos, percorrendo toda a extensão do rosto da morena até sumir em meio aos ventos. Do alto da colina, a visão de todo o acampamento era clara, um ponto onde a vigília favorecia o indagador, o visualizador, e os olhos azuis de Joy, opacos pelas toxinas que tanto ingeria, percorriam-no de canto a canto, perscrutando a irrequieta movimentação. Tragou novamente o item caseiro feito por uma filha de Deméter clandestinamente, soltando devagar a fumaça. Conhecera Florence por acaso, e logo simpatizara com a simplicidade da ruiva. A tal festa já havia começado; a festa na qual falavam todos os campistas do chalé de Hermes — onde residia desde sua chegada ao acampamento, especificamente na ala dos indefinidos. Joy comprimiu os lábios, meneando os ombros, em um rápido lampejo de ideia. O local estaria lotado de semideuses, é claro, mas haveria bebida, e, com toda certeza, Julliet gostaria de ir — se já não estivesse lá. Nao há mal algum, notificou-se mentalmente, e levantou-se, apagando o cigarro na própria calça.

Os passos lentos e enfastiados mal sugeriam que a campista rumava à diversão. "Diversão". Nunca fora chegada a festas, de fato, embora fosse amante de bebidas e cigarros. O céu já estava escuro, o que deixava Joy animada. A noite sempre fora seu forte, e deixava seu âmago em um vigor resplandecente. As vestes negras faziam-na quase parecer imperceptível, não fosse sua palidez. Respirou fundo, embora com dificuldade — resultado, este, de muitos anos com seu fiel companheiro, o cigarro —, e apressou os passos. A calça jeans escura estava toda riscada, fosse com cinzas dos itens no pacote em seu bolso, fosse com caneta azul, nos vários desenhos sobre as constelações que tanto atraíam a atenção da morena. Os tênis all stars estavam estranhamente limpos, como se lavassem-se sozinhos. Até porque, com toda certeza, não fora Joy que os limpara.

A movimentação estava parca, estranhamente escassa. Ou, o que seria mais provável, a festa acabara realmente de começar, e os semideuses — e até as auras mais fortes que ali residiam, cuja essência Joy não reconhecia com seus sentidos apurados — ainda se comportavam. Dirigiu-se ao balcão, apanhando, dali, uma taça de cristal, em cuja superfície runas gregas foram habilidosamente inseridas em sua confecção. O líquido transparente, porém efervescente, provocava-a de forma excitante, chamativo. Joy levou o tem aos lábios, ingerindo uma generosa quantidade. Champanhe, sim. O gosto agridoce, levemente explosivo, porém brilhante abstratamente, lembraram-na dos dias passados, quando ela e Julliet fugiam de casa para se divertirem nos bares de Manhattan, insanas em sua puberdade. Findara o conteúdo do item de cristal em sua mão tão rápido que mal percebera. Ao depositá-lo sobre o balcão novamente, com o tilintar característico de seu material, Joy sentiu a visão mudar, clarear e escurecer, brilhar, explodir; era o efeito da bebida em seu organismo. Apanhou outra taça, dessa vez com sutileza. Levou até os lábios rubros enquanto afastava-se dos demais, caminhando para mais perto da praia, e bebericou uma minúscula quantidade. Assentou-se sobre a areia fina e gélida, com a brisa marítima levantando seus cabelos negros. Ao fitar as estrelas no céu noturno, Joy sentiu uma pontada no peito. Sempre sentia. Só não sabia o que era.

the witch sister, honey

Longínquo, o olhar perdia-se no horizonte onde o céu em seu total breu, iluminado apenas pelas estrelas e pela lua, encontrava-se com o cinzento mar que fazia fronteira com a bacia do acampamento. Estava distraída naquele momento; distração, coisa que raramente tomava-lhe, já que Joy era como uma raposa, sempre a espreita, esperta e ágil. Porém, haviam aquelas coisas que deixavam-na totalmente desnorteada, Joy entrava em um torpor diminuto. Percebeu a presença humana somente quando lhe foi tomada a taça com champanhe. A morena virou-se, enraivecida, a ponto de socar o cretino, até que seus olhos encontraram-se com outros completamente congruentes, do mesmo azul opaco. Os mesmos traços angelicalmente travessos, em uma beleza misteriosa e trevosa. Era Julliet. — A ocasião pedia algo mais sofisticado. — Respondeu-lhe de imediato, e um sorriso invadiu-lhe os lábios. — Sinceramente, pensei que não viria. Estava começando a achar que fora sequestrada. — Joy assumiu uma expressão séria fingida, mais divertida que intimidadora.

Joy retirou os sapatos, deixando-os ao lado. Enterrou os pés pálidos na areia prata sob a luz lunar. Depois, apanhou a taça da mão da irmã, bebericando o líquido alcoólico em uma quantidade bem generosa. Fechou os olhos enquanto o champanhe descia-lhe pela garganta, congelando seu interior de tal forma que dava-lhe calafrios. — Nenhuma novidade naquele chalé desde que resolvi sair de lá? — Perguntou, devolvendo-lhe o recipiente de cristal.

Se não fosse pelo álcool, James teria retornando ao seu chalé há alguns minutos. Seus pensamentos decorriam ao passado, recordando-se das situações que havia passado. A nicotina livrava-o do ressentimento, sua família o havia abandonado. Nas ruas de Nova Iorque, James ganhou força, jamais teve fraquezas, este acreditava que sentimentos era a maior delas. E com isso, nunca procurou por sua família ou saber quem ele era. O garoto de dezesseis anos e olhos opacos nomeava-se James, e apenas isso, sem ligações sanguínea com laços transcendentes. Seus olhos azuis passeavam pelo ambiente, avaliando a série de campistas que ali encontravam-se.  Ele sentia falta das noites nos bares, as brigas causadas pelas gangues e a perda de memória no dia seguinte.

Seu olhar retornou a mesa de bebidas, sua garrafa encontrava-se pela metade, e ainda consciente, acendeu mais um cigarro com insatisfação. Ele precisava de mais. E então sua atenção voltou-se a uma garota. Seus cabelos negros e seus olhos opacos como o céu limpo do Arizona recordou-se de seus traços. Ele poderiam ser irmãos? Quem sabe. Ele não pôde recordar se já a havia visto, o mesmo tentava ignorar a presença abundante do restante dos campistas. A solidão sempre fora sua melhor amiga, e continuaria assim. A menina abordou-o, não parecia nem um pouco intimidada com ele, atrevida, e, no entanto, sentia-se desafiado a um diálogo. E soltou a fumaça na face da mesma, sem preocupar-se em ser educado. — Minha posse foi ilegal. — comentou com sigo mesmo, oferecendo sua garrafa para a garota. — Devo dizer que não é uma das mais fortes. — sua voz encontrava-se rouca, talvez fosse o primeiro dialogo após sua entrada ao Acampamento.

‘Poseidon, Poseidon, Poseidon?! Mas porque Hades minha mãe foi ter um caso com ele?!’
Foi a única coisa que consegui pensar o dia inteiro, até aparecer Alice em meu chalé e me convidar pra ir pra festa, não estava muito a fim de ir, mas iria por ela. Sei o quanto é difícil gostar de uma prole de Afrodite, mas ela parecia legal e me ajudou a me enturmar por ali, é claro que provavelmente eu vá com ela apenas pra segurar vela. Mas até isso é melhor que ficar nesse chalé.
Quando anoiteceu comecei a me arrumar pra ir, nada muito extravagante. Era uma festa na praia, eu não iria pra areia de salto, muito menos de vestido. Vesti a coisa mais simples possível, blusa, calça e tênis, me olhei no espelho e suspirei, aquilo não era nem um terço da antiga Luah, é tão estranho não ser mais a garotinha mimada e popular, mas ao mesmo tempo é tão libertador.
...
Caminhei um pouco até chegar na praia, as ondas estavam me enlouquecendo e chamando-me pra dar um pulinho, realmente tentador. Mas eu vi um campista, tão distraído com sua bebida que resolvi ‘brincar’ um pouquinho, não parecia ser tão difícil fazer umas simples bolhas voarem ao redor dele, e foi o que fiz. Emergi bolhas silenciosas da água da praia, eram inofensivas, fiz as mesmas irem em direção ao garoto e o cercá-lo e quando estava suficientemente satisfeita, cheguei sorrateiramente por trás e gritei.
- BUUU! – Alice me mataria se visse isso. E com certeza o garoto também.

Clothes:

Tinha de confessar que a última coisa que imaginaria fazer naquele dia seria ir à uma festa. Recatada e de poucos amigos do jeito que era, Florence mantinha sua simplicidade de outrora, mesmo agora sendo uma "heroína" como as das estórias de seus tão amados livros. Folheou o exemplar de Wuthering Heights, sentindo o aroma doce que tomavam conta das páginas da maioria dos seus livros. A cabana no meio da floresta, antes abandonada, agora ocupada pela filha de Deméter a qual chamava-a de Little Farm, parecia extremamente atraente em um lampejo duradouro de preguiça, contínua, coisa rara para a ruiva. Suspirou profundamente, olhando para as prateleiras que ocupavam uma das paredes, para os inúmeros potes recheados de saquinhos de ervas dos mais diversos tipos. Um sorriso inocente fez com que mostrasse os dentes, enquanto fitava o que estava a sua frente. Mais parecia uma traficante do que uma semideusa. Não. Ela era uma traficante. Mas isso não impedia que sua essência fosse benigna.

Os subordinados de Zéfiro passavam como azougues, levantando-lhe os cabelos como uma fogueira. A cesta ia-lhe pendurada no braço esquerdo, balançando conforme a locomoção de Florence aumentava, alternando de passadas vagarosas e tranquilas para passos largos e apressados. Os trajes eram simples, como o normal. Um vestido azul longo até a metade das coxas, e sapatilhas vermelhas sem detalhes. O capuz escarlate ia em sua cesta de vinho, juntamente com os poucos saquinhos de ervas que levara para vender e, por acaso, usar também.

A praia não ficava muito longe do ponto em que outrora estivera, na floresta, embora fosse escondido o suficiente para que poucos achassem. A ruiva descobrira a misteriosa e aconchegante cabana por pura coincidência, em suas andanças alheias pela floresta, local no qual mais gostava de ficar. Já podia ouvir o som alto com sete minutos de caminhada acelerada.

O local não estava muito movimentado, e isso deixou a filha de Deméter aliviada por um momento. Não era acostumada com muita presença humana reunida em um recinto só, já que fora criada sozinha em uma fazenda apenas com o pai. A ruiva passara despercebida, por sorte, e acomodou-se em um canto, perto da mesa das bebidas. Assentou-se no chão, retirando, assim, o capuz vermelho de dentro da cesta, e o colocou nas costas. Fitou de soslaio os rostos desconhecidos do recinto. Só havia ali uma única pessoa conhecida. Joy, claro, a menina para quem vendia, a cliente mais frequente. Ou a única. A morena misteriosa parecia ocupada em seu estado de torpor, admirando as belezas noturnas, e Florence não atreveu-se a atormentá-la. Não se dirigiria ao contato humano nem mesmo se estivesse com tédio. Apenas ficou ali, parada, olhando para o chão, os olhos azuis escondidos pela penumbra do local.

Gélido, a brisa noturna batia-lhe na pele alva, fazendo com que arrepiasse-se. Já se arrependia de trajar suas vestes daquele momento. Encolheu-se, usando o capuz como cobertor, e encostou-se na parede do balcão, tomabando a cabeça levemente para o lado. Florence, parece uma mendiga aí, Stephen diria. Ela remexeu nos pacotes com ervas dentro da cesta, entediada. A ideia principal não lhe parecia mais tão oportuna, e queria sair correndo. Suspirou, exasperadamente calma.

Seu estado de tranquilidade exageradamente chata foi quebrado por uma presença surpresa, tão repentina quanto a voz que lhe abordou. Olhou de imediato para a figura de pé ao seu lado, para o cabelo de cabelos escuros e pele pálida. Esse tá precisando de umas ervas, notificou-se mentalmente, franzindo o semblante. O comentário que fizera se devera pela sua capa, e, realmente, tinha que concordar com o garoto desconhecido. Parecia uma personagem de contos de fada, embora fosse apenas uma adolescente estranha em meio a outros adolescentes estranhos em um local mais estranho ainda.

— Talvez eu tenha me perdido. — Ela retribuiu o sorriso de forma acanhada. — Mas estou mais para fugitiva.

Florence deu de ombros, ajeitando a postura desleixada. Arrumou o vestido amassado, e arrumou também a capa rubra como os seus cabelos.

— Só espero que não sejas o lobo mau. — Disse por fim, prosseguindo com a primeira brincadeira do rapaz de preto.